Tudo começou com uma narrativa sobre mim. Minha mãe, em meio a sua experiência de vida, ainda desconhecida para mim, começou a usar a câmera fotográfica para construir nossa história.
Uma documentação estética intuitiva (pois nunca deixa de ser) e também preenchida de sentires. E costurando esses fragmentos de vida, nossa história imagética ganhou vida.
Essa sequência de significados me visita até hoje, quando dedico tempo observando os álbuns de família e atravessando meu mundo com um olhar insaciável de descoberta, ressignifico o presente e compreendo sentimentos guardados.
Tenho certeza que a fotografia acaba sendo uma extensão de quem sou e como vejo o mundo. Não tenho dúvidas que ela altera minha percepção sutilmente sobre como me vejo e contribui para ampliação das minhas experiências.
Acolho o processo fotográfico como um testemunho do que sinto, vejo, penso, do meu silêncio, do meu servir e sem presunção de achar que é sempre tudo uma verdade absoluta.
Susan Sontag em seu livro Sobre fotografia diz: “Fotografar é apropriar-se da coisa fotografada. Significa pôr a si mesmo em determinada relação com o mundo, semelhante ao conhecimento – e, portanto, ao poder.”
Me aproprio de quem sou para então ressignificar o que vejo.
Como é a experiência de ver sua história em álbuns fotográficos?
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