Maria, aos 38 anos, olhava-se no espelho e sentia uma estranheza profunda. Quem era aquela mulher que refletia de volta? O tempo parecia ter moldado uma imagem que não condizia com a Maria que habitava seu coração. A confusão não era nova; vinha de longe, de uma memória da infância que ela preferia esquecer.
Quando era menina, Maria adorava brincar no quintal de sua avó. Corria livre, cabelos ao vento, sentindo-se invencível. Mas um dia, uma tia distante veio visitá-los. Com olhos críticos, ela olhou Maria de cima a baixo e fez um comentário que a feriu profundamente: "Você é tão magrinha, Maria. Parece que vai quebrar com o vento. Precisamos te alimentar melhor, senão nunca vai se tornar uma mulher de verdade."
Aquelas palavras se entranharam na mente jovem de Maria como raízes venenosas. Desde então, começou a se ver através dos olhos críticos da tia, sempre sentindo que não era suficiente. Os anos passaram e, na adolescência, Maria começou a comer compulsivamente, tentando preencher um vazio que parecia crescer cada vez mais. Ela ganhou peso e, com ele, veio um novo tipo de crítica, agora sobre estar "acima do peso ideal".
Ao chegar à vida adulta, Maria não sabia mais quem era. Passou a evitar espelhos, fotos e qualquer situação que a obrigasse a confrontar sua aparência. Sentia-se presa em um ciclo de insatisfação que não sabia como quebrar.
Recentemente, ao participar de uma sessão de terapia, Maria decidiu revisitar essa memória dolorosa. Com o apoio de seu terapeuta, começou a entender que a imagem que via no espelho não era apenas física, mas também emocional. Era o reflexo de anos de autocrítica e de uma infância marcada por padrões impostos.
Hoje, Maria está em um caminho de reconciliação consigo mesma. Ela está aprendendo a olhar para o espelho com mais gentileza, buscando enxergar além das críticas do passado. Está redescobrindo a menina de cabelos ao vento, que corria livre no quintal da avó, e permitindo que ela se integre à mulher que é agora.
Maria sabe que o processo é longo, mas cada dia que passa se sente um pouco mais conectada com sua verdadeira imagem. A fotografia terapêutica tem sido uma aliada poderosa nesse caminho, ajudando-a a enxergar beleza onde antes só via imperfeições. Ela está aprendendo a se amar novamente, um passo de cada vez, e a reconhecer que a mulher no espelho é, de fato, uma mulher de verdade — inteira, complexa e bela em sua própria singularidade.
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